domingo, 14 de agosto de 2011

Viagem à barra do Kwanza e à Reserva da Quissama, 14 de Agosto 2011

O objectivo do passeio de hoje, era explorar a barra do Kwanza e dar um pulinho à Reserva da Quissama para ver os animais: Crocodilos, Hipopótamos, Girafas, Gnus, Elefantes...e o que mais houvesse...

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Saíndo da estrada Luanda-Sumbe a pouco menos de duzentos metros antes da portagem da ponte do Kwanza, iniciei a descida para a barra do rio com o mesmo nome, por estrada com mais buracos do que um passador.
Atravessei uma aldeia paupérrima, do pior que já vi por cá, com uma igrejinha pobrezinha mas muito limpa por dentro..:

Chegando à barra do Kwanza a primeira surpresa do dia: o Kwanza Lodge, bem cuidado por uma sul-Africana na casa dos seus sessenta,mas cheia de genica...

Não, não são "recuerdos". Apenas quadros de areia pintada, extarordináriamente bem executados por um pintor local e gostos à parte, aqui ficam alguns exemplares:

Lodge, completamente cheio. Cerca de 3 dezenas de bungalows.
A 237€, com pensão completa, é um preço muito tentador para a realidade angolana. Ficou a promessa de voltar pra fazer um fim de semana de exploração rio acima....

Um trecho do Kwanza, observado a partir do lodge...

..e um dos três barcos, nos quais em passeio que dura cerca de hora e meia, por 240€, oito amigos podem viajar. A 30€ cada um....é uma autêntica pechincha...
30€ é o preço de uma garrafa de vinho em qualquer restaurante de Luanda, daquelas que em Portugal são vendidas a 8 ou 9€..!!


Uma imagem do imenso pantanal que fica das marés na barra..


idem...

Uma "picada" pela orla marítima, à saída da barra do Kwanza:

....um pouco mais do mesmo....

Entretanto a barriga já acusava sinais de desgaste...!
A 25 km na aldeia costeira de Sangano um excelente restaurantezinho...."Golfinho" de seu nome.
Mais um estradão de terra batida e lá chego a Sangano...

A excelente praia de Sangano, deserta ou quase....

..outra perspectiva...

Mais uns bungalows para fazer uma estadia mais prolongada, na praia...


...e o retemperar de forças, com um excelente arroz de lagosta "al dente", bem acompanhado com umas caipirinhas....


Aqui, já a caminho da Reserva da Quissama, na esperança de ver os tais bicharocos no seu habitat natural:

Ao fim de quase 30 Km, lá cheguei à entrada de Kawa, em pleno coração da Quissama.
Cerca em todo o perímetro desta zona da reserva...

....electrificada, para não dar desejos aos bicharocos...

Pela "picada" até Kawa, ainda deu para observar uns macacos de porte médio e duas gazelas....mas era tudo gente muito timída...não pararam sequer para fazer um sorriso para a foto!
20 Km depois, a chegada a Kawa e a magnífica paisagem do Kwanza a serpentear pelo verde da selva..

...mais...

...e mais ainda:

Bicharocos é que nem vislumbre...!
Às horas que cheguei (16 e picos...) já não eram horas decentes de observar os ditos, disse o guia Nelson...
Teria de ser por volta das seis da manhã, quando acordam do seu sono de beleza e se dirigem para a água para o duche matinal...
Bom! Lá terei de vir de novo cá!
Bichos mesmo, só este passaroco azulão que com o seu olho amarelo arregalado, me fitava desconfiado...

Mesmo assim ainda desci à margem do rio, a ver se encontrava alguns crododilos...mas nada!

Enquanto desesperadamente tentava ver um crocodilito, aproxima-se a canoa...
Tratava-se, vim a saber depois das devidas apresentações, do concessionário do lodge de Kawa e da sua pequena filhota.
"Então? animais por aqui, há?" disparo eu. "Amigo" diz-me ele..."...isso é o que por aqui não falta. Hipopótamos e crocodilos é já ali ao virar daquela curva do rio e ainda hoje de manhã tive problemas com um elefante que resolveu investir contra o meu Unimogue..."
Está visto e decidido!....É uma questão de tempo até voltar lá!


Deu tempo ainda para subir ao mirador e fazer umas fotos da magnifíca paisagem que a máquina não consegue retratar fielmente...

idem...

idem...

Já no regresso, ainda na Quissama, o pôr-do-sol e os embondeiros....
Está a virar uma fixação :))

sábado, 13 de agosto de 2011

Viagem à cidade de Uíge, 7 de Agosto de 2011

Hoje o destino era a cidade de Uíge na província homónima, no norte de Angola.
Esta cidade, no tempo colonial chamada de Carmona, dista cerca de 340 km de Luanda.
Viagem por uma estrada que é mais uma das chamadas estradas da morte, já que tem bom piso que convida à rapidez na condução, mas um mau traçado, pelo que o acidente espreita em cada curva. No entanto, viagem sem qualquer percalço de maior.

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Primeira perspectiva do dia, junto à margem do rio Dande, para mais um controle policial dos muitos que há entre Luanda e o Uíge.
Documentos apresentados. Tudo em ordem e o agente policial a perguntar se não havia nada que se lhe pudesse oferecer, nem que fosse uma garrafa de água.
Só havia mesmo uma garrafa intacta de água. Agradeceu com sinceridade essa pequena oferenda.
O valor relativo das coisas....

A traça é nossa com toda a certeza. O trabalho de construção foi deste povo. Trabalho escravo muito provavelmente. Em Vista Alegre, algures entre Luanda e o Uíge..

Nesta povoação de Vista Alegre, estava aquartelado no tempo colonial um Batalhão de Caçadores do Exército Português. Na foto, o refeitório, agora transformado em sala de aulas...

Por falar em refeitório, já cheguei tarde ao Uíge e primeira das preocupações: procurar onde retemperar forças.
Perguntando a um polícia de trânsito onde se poderia almoçar, o mesmo indica um hotel quase ali ao lado.
Hotel pardo numa correnteza de pequenos edifícios pardos de 4 andares...entrada por uma porta e escadaria manhosa de acesso a uma recepção tão ou mais manhosa do que ela..e entrada para o restaurante do hotel.
Até caíram os queixos com tamanho bom gosto e cuidado na amesendação: prato marcador, toalhinha e guardanapo de pano, copos de pé alto e vinho servido depois num decanter, por escanção com maestria!
Bom...comi a melhor moamba de galinha em óleo de déndén com funge de mandioca que já comi por estas terras ( e já comi muitas...). Soberbo!

Na continuação, várias fotos da cidade de Uíge:






Excelentes infra-estruturas do tempo colonial, votadas ao mais completo dos abandonos:


A guerra civil angolana ainda bem patente nas marcas de bala deste edifício:

Há quem no meio do cinzento do lixo, goste de primar pela côr:

Alguma da muita degradação que vi nesta cidade:

Um hotel de aspecto muito melhor do que aquele onde almoçei, mas se calhar com pior moamba!
Para a próxima tiro-lhe a prova dos nove, porque agora já sei onde posso ficar, quando do Uíge me embrenhar ainda mais na Angola profunda...

No seguimento, mais cenas das ruas e ambientes desta cidade...











No regresso a Luanda, num qualquer ponto da estrada, surpreendo um casal de dois embondeiros a contemplar o pôr-do-sol. Ela com o braço na cintura dele...Lindo!