sábado, 13 de agosto de 2011

Viagem à cidade de Uíge, 7 de Agosto de 2011

Hoje o destino era a cidade de Uíge na província homónima, no norte de Angola.
Esta cidade, no tempo colonial chamada de Carmona, dista cerca de 340 km de Luanda.
Viagem por uma estrada que é mais uma das chamadas estradas da morte, já que tem bom piso que convida à rapidez na condução, mas um mau traçado, pelo que o acidente espreita em cada curva. No entanto, viagem sem qualquer percalço de maior.

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Primeira perspectiva do dia, junto à margem do rio Dande, para mais um controle policial dos muitos que há entre Luanda e o Uíge.
Documentos apresentados. Tudo em ordem e o agente policial a perguntar se não havia nada que se lhe pudesse oferecer, nem que fosse uma garrafa de água.
Só havia mesmo uma garrafa intacta de água. Agradeceu com sinceridade essa pequena oferenda.
O valor relativo das coisas....

A traça é nossa com toda a certeza. O trabalho de construção foi deste povo. Trabalho escravo muito provavelmente. Em Vista Alegre, algures entre Luanda e o Uíge..

Nesta povoação de Vista Alegre, estava aquartelado no tempo colonial um Batalhão de Caçadores do Exército Português. Na foto, o refeitório, agora transformado em sala de aulas...

Por falar em refeitório, já cheguei tarde ao Uíge e primeira das preocupações: procurar onde retemperar forças.
Perguntando a um polícia de trânsito onde se poderia almoçar, o mesmo indica um hotel quase ali ao lado.
Hotel pardo numa correnteza de pequenos edifícios pardos de 4 andares...entrada por uma porta e escadaria manhosa de acesso a uma recepção tão ou mais manhosa do que ela..e entrada para o restaurante do hotel.
Até caíram os queixos com tamanho bom gosto e cuidado na amesendação: prato marcador, toalhinha e guardanapo de pano, copos de pé alto e vinho servido depois num decanter, por escanção com maestria!
Bom...comi a melhor moamba de galinha em óleo de déndén com funge de mandioca que já comi por estas terras ( e já comi muitas...). Soberbo!

Na continuação, várias fotos da cidade de Uíge:






Excelentes infra-estruturas do tempo colonial, votadas ao mais completo dos abandonos:


A guerra civil angolana ainda bem patente nas marcas de bala deste edifício:

Há quem no meio do cinzento do lixo, goste de primar pela côr:

Alguma da muita degradação que vi nesta cidade:

Um hotel de aspecto muito melhor do que aquele onde almoçei, mas se calhar com pior moamba!
Para a próxima tiro-lhe a prova dos nove, porque agora já sei onde posso ficar, quando do Uíge me embrenhar ainda mais na Angola profunda...

No seguimento, mais cenas das ruas e ambientes desta cidade...











No regresso a Luanda, num qualquer ponto da estrada, surpreendo um casal de dois embondeiros a contemplar o pôr-do-sol. Ela com o braço na cintura dele...Lindo!

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